sexta-feira, 13 de junho de 2014

=> CONVITE: comemoração do Centenário de Mário Schenberg (Recife)

coordenador Antonio Carlos Miranda (EAD / UFRPE) enviou um e-mail de release para divulgação do evento de comemoração do Centenário de Mário Schenberg através do  que será realizado a partir das 18h30 no Salão Nobre da UFRPE no próximo dia 2 de julho, voltado para estudantes e professores da universidade  organizadora e demais instituições de ensino, assim como o público em geral interessado no assunto. Dentre a programação do evento está previsto mesa redonda e palestras de: Ana Clara G. Schenberg – filha de Mario Schenberg (ICB – USP); José Luiz Goldfarb (PUC-SP; CESIMA-SP); Antonio Carlos Pavão (DQF-UFPE; Espaço Ciência); Montez Magno (Artista Plástico); Antonio Carlos Miranda (EaD-UFRPE).

O convite se encontra abaixo que para melhor visualizar, basta clicar na imagem em questão.




Para saber quem foi Mário Schenberg, veja a seguir a biografia (na íntegra) também enviada por Miranda.



Mário Schenberg  nasceu em Recife, 2 de julho de 1914.

Foi  físico, político e crítico de arte brasileiro, de origem judaica.

Considerado o maior físico teórico do Brasil, Schenberg publicou trabalhos nas áreas de termodinâmica, mecânica quântica, mecânica estatística, relatividade geral, astrofísica e matemática. Trabalhou com José Leite Lopes e César Lattes, e foi assistente do físico ucraniano naturalizado italiano Gleb Wataghin. Colaborou com inúmeros físicos de prestígio internacional, como o russo naturalizado americano George Gamow e o astrofísico indiano Subrahmanyan Chandrasekhar. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Física de 1979 a 1981 e diretor do Departamento de Física da Universidade de São Paulo de 1953 a 1961, onde também foi professor catedrático.

Schenberg teve ativa participação política, sendo eleito duas vezes deputado estadual de São Paulo. Em função de suas ligações com o Partido Comunista do Brasil (PCB), foi cassado e preso mais de uma vez pelas ditaduras militar brasileira. Mario Schenberg também mantinha grande interesse por artes plásticas, tendo convivido com artistas brasileiros como Di Cavalcanti, Lasar Segall, José Pancetti, Mário Gruber e Cândido Portinari, e também estrangeiros, como Bruno Giorgi, Marc Chagall e Pablo Picasso. Atuou também como crítico de arte, escrevendo diversos artigos sobre artistas contemporâneos brasileiros como Alfredo Volpi,Lygia Clark e Hélio Oiticica.

Mario Schenberg foi casado com Julieta Bárbara Guerrini, ex-mulher do poeta Oswald de Andrade, e com a artista plástica Lourdes Cedran. Teve uma única filha, a geneticista da USP Ana Clara Guerrini Schenberg.

Schenberg fez os cursos primário e secundário em Recife. Ingressou na Faculdade de Engenharia do Recife em 1931, onde esteve em contato com o professor Luiz Freire, notável instigador de talentos, que influenciou outros cientistas pernambucanos, como José Leite Lopes e Leopoldo Nachbin . Transferiu-se para a São Paulo, onde se formou em engenharia elétrica em 1935 e em matemática, em 1936.

Em 1939, partiu para a Europa, tendo trabalhado no Instituto de Física da Universidade de Roma com o físico italiano Enrico Fermi. Em Zurique  trabalhou com Wolfgang Pauli e em Paris  trabalhou com Frédéric Joliot-Curie.

Em 1940, nos Estados Unidos  trabalhou com o físico russo-americano George Gamow na realizando investigações em astrofísica. Depois, foi membro do Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Trabalhou no Observatório Yerkes, em 1941, com o futuro prêmio Nobel Subrahmanyan Chandrasekhar em alguns problemas de astrofísica em 1942.

Entre 1953 e 1961, foi diretor do Departamento de Física da USP, onde fundou o Laboratório de Física do Estado Sólido e participou da aquisição do primeiro computador da Universidade de São Paulo. Em 1969 Schenberg foi aposentado compulsoriamente pelo AI-5.

Em paralelo com sua atuação acadêmica, Schenberg sempre participou ativamente da discussão dos problemas político-econômicos do Brasil. Iniciou em São Paulo a campanha O Petróleo é Nosso, lutou pela defesa dos minérios nucleares do país.

Processo Urca
Mário Schenberg teve importantes contribuições em astrofísica, particularmente na teoria de processos nucleares na formação de estrelas supernovas. Em 1940, trabalhando com George Gamow, batizou o conhecido processo Urca: o ciclo de reações nucleares no qual o núcleo perde energia por absorver um elétron e re-emitir uma partícula beta e um par neutrino-antineutrino, o que leva à perda de pressão interna e como consequência à ocorrência de um colapso e explosão na forma de uma supernova. A contribuição de Schenberg corresponde à proposição da presença dos recém descobertos neutrinos, que drenam parte considerável da energia da estrela.

Urca é o nome de um cassino no Rio de Janeiro, e fora utilizado para nomear o processo por Schenberg e George Gamow (1904-1968), pois Schenberg uma vez brincou dizendo a ele que "a energia desaparece no núcleo de uma supernova tão rápido quanto o dinheiro no jogo de roletas" durante uma visita ao cassino da Urca.

Limite Schenberg-Chandrasekhar
Junto ao físico indiano Subrahmanyan Chandrasekhar, Schenberg descobriu e publicou em 1942 o limite de Schönberg–Chandrasekhar, o qual consiste na massa máxima que o núcleo de uma estrela pode suportar sobre as camadas de sobreposição contra um colapso gravitacional, uma vez que o centro de hidrogênio é exaurido.

Mário Schenberg falece em São Paulo, em 10 de novembro de 1990, devido a insuficiência respiratória por broncopneumonia.

Foi membro: da Academia Brasileira de Ciências; da Academia de Ciências do Estado de São Paulo; da Sociedade Brasileira de Física (presidente); da Associação Internacional dos Críticos de Arte e da Associação Brasileira de Críticos de Arte.                              (várias fontes).

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